quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ESPELHO

Diz-me quem sou
mostra-me meu sorriso
escuta meu segredo,
és meu melhor
amigo.

Reflete minha verdadeira face
só tu enxergas quem sou.
Só tu sabes o motivo do meu pranto
a ti entrego meu encanto e desencanto
e só em ti enchergo meu valor.

Revelas minha mentira,
não me deixas omitir.
Ages com sinceridade
e toda minha verdade
entrego somente a ti.

Contigo face a face
encontro meu refúgio,
mas no meu peito ainda arde
a mentira e falsidade
que encontro nesse mundo.

Porém meu amigo, és tão frágil
se quebras em pedaços
formando partes desse todo.
E em cada parte, na junção de todas as faces
eu enchergo meu rosto.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

BEL'ARTE

Que arte é essa, negra sem cor?
Que expressa verdade, mentira, amor, desamor.
Arte simplória de cura e de dor,
que cala e que fala o sentimento que for.

És a perfeição do ourives,
as angústias de Souza, o desvendar de um segredo.
És a imortalidade, a morte...
A coragem e o medo.

O ardor de minhas artérias
a vitalidade de meus pensamentos...
O sorriso em meus lábios
para expressar meu sofrimento.

A quimera sepultada...
O afago violento...
Expressão de tantos outros
desconhecidos sentimentos.

Por hora eu te exalto, outrora eu te esqueço,
me faço mestre do acaso e seguidor do desalento.
Mas na correção dos meus atos,
me pego a esculpir sobre os traços com todo pulsar do meu peito.



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PALHAÇO

Quem és tu?
Teu olhar não me diz.
Quem és tu,
Que me fazes tão feliz?

Escondes tua identidade
falas com o sorriso, mas que na verdade
toda essa irônia
é teu esconderijo.

Aprendi contigo
a disfarçar meu sofrimento
e só com um sorriso
esconder o meu tormento.

Tira essa face
que esconde teu rancor.
diz-me porque sofres,
sofres por amor?

Deixa cair a lágrima que deforma teu sorriso
sei que todo palhaço sofre pois pelo amor é esquecido.
E vive sua vida, andando pelo mundo,
levando alegria para um desconhecido.

O palco é teu consolo, o despreso é teu castigo
retribui esse desprezo, faz do sorriso teu inimigo.
Derrama o teu pranto e conta o teu conto
no afago de um ombro amigo.



quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MAIS UM SOBRE AMAR

Amor não é um mero sentimento
impulso repentino,
coisa de momento.
Tem a ver com a vida, o sol, luar, contentamento.

Quem ama não é sofredor
vê a beleza da vida
age como vencedor,
esquece se o passado lhe deixou ferida.

Amar não é só ser feliz
é também se entregar
não escutar o que se diz

quando ao amor se quer levar
é lutar para ser feliz
e não amar só por amar...


SONETO DO AMOR SEM FIM

Tentei com as palavras
expressar o meu amor
e na arte dos meus versos
te contar a minha dor.

Dor que sinto inutilmente
por não tê-la só para mim,
és a única flor que resta
para completar o meu jardim.

E na amargura do despreso
vivo uma drama sem fim,
pois embora me renegues, eu te amo mesmo assim.

Óh minha Ninfa... seja só do meu jardim,
és a minha jóia rara
minha doce, Flor de Liz.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

ANTES DE MORRER

Antes de morrer,
queria ser feliz por um segundo
colorir este soneto
com as belezas deste mundo.

Antes de morrer,
queria ser amado, amante...
e fazer do tempo uma grandeza constante
e conhecer lugares como um caixeiro viajante.

Deixar de olhar a vida como um inspectador
participar do jogo...
ser feliz no amor.

Mas antes de morrer, estou morto
na prisão dos meus sonhos
pensando nos danos de arriscar um ou outro.


terça-feira, 20 de julho de 2010



Vivemos em função de sermos felizes e muitas vezes nos tornamos escravos desse ideal.
Acho que essa tão sonhada felicidade é utópica demais, quando ela aparece geralmente nos leva algo em troca.
Devemos contar esse sentimentos em gotas, pois é assim que ele passa em nossas vidas... em gotas.



ESCRAVO DO SORRISO
...................................................
...................................................
Felicidade onde estás,
no sofrimento de quem me quer bem?
Tira do meu peito essa culpa
assim me fazes sofrer também.
....................................................................
....................................................................
Vivo a tua procura, por que não me respondes?
Me aprisionei a uma jura
que faz essa busca incesante.
E quando estás mais perto,
é quando estás mais longe.
.....................................................................
.....................................................................
Queres que viva a teus pés
suplicando um sorriso.
Ser teu escravo eu não quero
morrer até eu prefiro
e só por ironia, minha ou do destino,
como ultimo desejo quero morrer sorrindo.
............................................................................
............................................................................
Surubim, 2001



segunda-feira, 19 de julho de 2010

Aqui, escrevo minha vida em forma de poesia tentando descobrir na beleza da arte um sentido para vida...
O poema a seguir, de minha autoria, dá nome a este site e mostra um pouco do que sinto hoje.

Êi-lo:

MERAS LEMBRANÇAS

Hoje me pego a lembrar
das vezes que agi sem pensar
em quanto prazer eu senti
e no preço que tive que pagar.
Chorei não de arrependimento,
mas sim do sofrimento que a lembrança pôde me causar.

Para que sonoridade nesses versos que
só me trazem saudades dos sentidos que usei?
Vivo em meio às lembranças dos tempos de estância,
dos medos que enfrentei.
E se me impediram, me calaram...
eu mordi e gritei.

Gritei pela liberdade que meus medos
impediam-me de ter,
sonhava com o mundo, sonhava com a vida,
sonhava em crescer.
Hoje, já não tenho mais sonhos.
Conheci, vivi, cresci só me resta morrer.

Acomodei-me a esta vida
aprendi a aceitar o que quiseram me oferecer,
talvez eu sonhe com uma mudança,
mas já não tenho a esperança que outrora pude ter
e vegeto um presente de lembranças
que não me deixam viver.

Meus medos voltaram e me perturbam ainda mais
interrogam-me sobre o futuro,
tiram a minha paz
e apesar de minha revolta,
continuo em inércia, pois
não consigo algo a mais.

Meras lembranças de um passado vigente,
um futuro incerto vegetando um presente,
sem sonhos, sem esperanças...
Sou apenas um descrente,
esperando uma luz que me tire essa cruz
e me faça de novo gente.

São Lourenço da Mata 30 de Outubro de 2002